
O suposto autor do assassinato de quatro judeus e três militares na região de Toulouse (sul da França), encurralado pela polícia desde a madrugada desta quarta-feira, reivindicou os ataques, afirmando ter agido sozinho, e anunciou que se renderá no final da tarde.
A polícia francesa cercou o prédio situado no bairro Croix-Daurade, em Toulouse, onde mora o suspeito das matanças de Montauban e Toulouse, um francês de origem argelina com antecedentes criminais, supostamente ligado à Al-Qaeda e que, de acordo com o presidente Nicolas Sarkozy, estava pronto para realizar um novo ataque. Seu nome é Mohammed Merah, que já teria sido detido em Kandahar, reduto dos talibãs no Afeganistão, no fim de 2010 por crimes comuns.
Em uma coletiva de imprensa, o procurador de Paris, François Molins, afirmou que Merah reivindicou os três ataques, nos quais disse ter agido "sozinho", e que vai se entregar no final da tarde.
Um homem da unidade de elite da polícia está "em contato" e conversa com o jovem que, depois de ter "declarado que queria se render à tarde ou à noite", falou depois em se entregar "mais tarde da noite", indicou François Molins.
Segundo Molins, em suas conversas com a polícia, "o suspeito não manifesta arrependimento algum, a não ser por não ter feito mais vítimas", e se vangloria de ter "colocado a França de joelhos".
Mohamed Merah pretendia assassinar dois membros da polícia, particularmente conhecidos na comunidade de Toulouse, assim como um militar nesta quarta-feira, indicou ainda o procurador.
Merah, de 24 anos, alegou ter assassinado o professor e as crianças judias para vingar a morte de crianças palestinas inocentes e que o ataque a militares franceses foi praticado por causa das intervenções do Exército francês no exterior.
Em uma cerimônia em Montauban em homenagem aos três militares mortos em 11 e 15 de março, Sarkozy enfatizou que os mortos foram vítimas de uma execução terrorista.
"Esse homem queria colocar a República de joelhos, mas a República não cedeu, não retrocedeu, não falhou e os crimes não ficarão impunes", afirmou.
Enquanto isso, as negociações para a rendição prosseguem e, num determinado momento, o ministro do Interior, Claude Guéant, chegou a negar que Merah tivesse sido capturado, como foi noticiado no momento em que Sarkozy chegava a Toulouse.
O ministro Guéant ressaltou que a preocupação das autoridades francesas é "deter vivo" o suspeito dos assassinatos em Toulouse e Montauban.
"Nossa principal preocupação é detê-lo em condições que possamos apresentá-lo à justiça", disse o ministro, que também destacou a necessidade do "bom funcionamento da justiça".
O ministro do Interior, que acompanha pessoalmente a operação, disse que a mãe do jovem "foi levada ao local para conversar com o filho, mas desistiu" de convencê-lo a se entregar.
O irmão do jovem foi detido pela polícia, revelou Guéant.
"Todos sabem que nos locais dos crimes havia apenas um suspeito, mas seu irmão está preso" porque as investigações revelaram "provas sistemáticas".
Segundo Guéant, o homem cercado pela polícia "tem vínculos com salafistas e jihadistas e viajou ao Paquistão e ao Afeganistão".
"Ele afirma pertencer à Al-Qaeda e que quer vingar as crianças palestinas e castigar o Exército francês".
O irmão e a irmã do jovem participavam do mesmo movimento, mas são menos violentos e não viajaram à fronteira entre Paquistão e Afeganistão.
No início da operação desta quarta-feira, três policiais ficaram feridos sem gravidade, um no joelho, outro no ombro e um terceiro atingido por disparo contra o colete a prova de balas.
Os serviços de informação ocidentais estavam em alerta para uma dezena de jovens procedentes das zonas conflituosas da fronteira entre Paquistão e Afeganistão, incluindo alguns que seguiram para a França.
O jovem era investigado pela Direção Central de Informação Interna (DCRI), junto a outros, desde os primeiros ataques, em Toulouse e Montauban.
No dia 11 de março, um homem matou um soldado de origem magrebina em Toulouse, No dia 15, atirou em três soldados do regimento de paraquedistas na cidade vizinha de Montauban - dois de origem magrebina e o terceiro de origem caribenha - matando dois e ferindo um gravemente.
Agentes da polícia com coletes à prova de bala ocuparam as ruas do exclusivo bairro de Croix-Daurade, próximo à escola judaica onde ocorreu o massacre de três crianças e um adulto, na segunda-feira passada.
As autoridades francesas deflagraram na terça-feira uma corrida contra o relógio para deter o assassino, a partir de informações preliminares obtidas através de vídeos de vigilância, testemunhos de sobreviventes e de contatos entre o assassino e sua primeira vítima, de 11 de março.
Os investigadores foram capazes de reconstituir parte do percurso do assassino desde o dia 6 de março, quando roubou a scooter que foi utilizada até o último ataque, na segunda-feira.
No período de 14 dias, o homem agiu a cada quatro dias e a cada vez utilizou uma scooter e duas armas calibre 9mm e 11.43, além de um capacete para evitar ser reconhecido.
A cada assassinato, o criminoso disparou na cabeça "à queima roupa", destacou o promotor de Paris François Molins, responsável por esta investigação de terrorismo classificado.
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