quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Revisor do mensalão vota por condenação de Valério e ex-diretor do BB

EFE
   


Brasília, 22 ago (EFE).- O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, revisor do processo contra 37 acusados do mensalão, votou nesta quarta-feira pela condenação de Marcos Valério e seus sócios, e também do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato. Lewandowski pediu a condenação do ex-diretor do BD pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Essas são as mesmas acusações formuladas pela Procuradoria Geral contra o mesmo, e as mesmas apresentadas pelo relator do STF, Joaquim Barbosa. Lewandowski concordou com o relator ao afirmar que foram desviados do Banco do Brasil para a rede de corrupção R$ 70 milhões, através da filial Visanet, que depois os utilizou para cancelar contratos com agências de publicidade que faziam parte do esquema. Essas agências, segundo os juízes, recebiam o dinheiro, mas depois não prestavam os serviços para os quais tinham sido contratadas e os recursos acabavam, sem ser declarados, nos cofres do PT. O revisor afirmou que a Polícia Federal, a Procuradoria e a Controladoria Geral da União comprovaram essas irregularidades na fase de investigação dos escândalos. Lewandowski também considerou Marcos Valério - proprietário das agências de publicidade SMP&B e DNA - culpado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro, assim como pediu a condenação de seus sócios, Cristiano Paz e Ramón Hollerbach, pelo mesmo crime. Ambas as agências, que foram beneficiadas com os contratos da Visanet, são consideradas pela acusação como o "coração" da complexa arquitetura financeira que teria financiado a rede de corrupção - o Valerioduto - que abrange desde o financiamento ilegal de campanhas até o suborno de deputados no Congresso. As defesas de todos os réus aceitaram as irregularidades constatadas nas campanhas do próprio Lula e de candidatos do PT, mas negaram que o dinheiro arrecadado de forma ilegal tenha sido utilizado para subornar dezenas de deputados, como alega a acusação. Entre os 37 acusados há três ex-ministros do governo Lula, mas a Procuradoria Geral não incluiu entre eles o ex-presidente, pois não foram encontrados indícios de sua participação na trama. Tal como tinha feito na semana passada o relator do processo, Lewandowski considerou "inocente" o ex-ministro Luiz Gushiken, que foi acusado de desvio. O processo continua amanhã, quando o ministro do Supremo seguirá com a leitura de suas considerações sobre a responsabilidade de cada um dos acusados. Uma vez concluída essa fase, os outros dez magistrados farão o mesmo até o momento das sentenças, que devem ser anunciadas no mês que vem.

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