
O novo primeiro-ministro italiano Mario Monti disse nesta segunda-feira que pretende formar um governo que permaneça no poder até as próximas eleições gerais em 2013.
Durante uma coletiva de imprensa, Monti, um economista e ex-comissário da União Europeia, alertou os italianos sobre os "sacrifícios" que o país deverá enfrentar para contornar a crise da dívida.
Os mercados financeiros permaneceram cautelosos ao fim do primeiro dia de negociações para a formação de um novo governo na Itália.
Os juros para empréstimo ao país permaneceram acima de 6%.
Houve especulações de que Monti pode deixar o cargo depois de aprovar as reformas econômicas prometidas aos outros países da União Europeia, adiantando as eleições.
"É óbvio que o parlamento pode decidir a qualquer momento que um governo não tem sua confiança", disse o premiê em uma coletiva de imprensa.
"Mas se uma data anterior (a 2013) for definida (para as eleições), isso tiraria a credibilidade das ações do governo."
Perguntado pelos repórteres sobre o que os italianos deveriam esperar, ele disse "Sangue não e lágrimas não, mas talvez sacrifícios".
Na próxima terça-feira, o premiê dará início a conversas com os dois maiores grupos políticos do país - os conservadores, liderados pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, e o partido PD, de centro-esquerda.
Segundo correspondentes, estes dois partidos serão cruciais em uma votação de confiança programada para o fim desta semana.
Monti afirmou ainda que sua primeira rodada de conversas nesta segunda-feira, com representantes de partidos menores, foi bem.
Confiança
O novo governo precisa tentar reverter um colapso desastroso da confiança dos mercados na Itália.
No que foi visto como o primeiro teste do governo de Mario Monti, o país vendeu 3 bilhões de euros (R$ 7,2 bilhões) em títulos de cinco anos nesta segunda-feira.
No entanto, o país ainda teve que pagar 6,29% de juros para pedir dinheiro emprestado.
Berlusconi foi forçado a renunciar quando os juros para os títulos da dívida italiana subiram para mais de 7% na última semana, a mesma taxa que fez com que Grécia, Irlanda e Portugal buscassem pacotes de resgate financeiro da União Europeia.
O presidente italiano Giorgio Napolitano pediu um esforço nacional para apoiar Mario Monti e conquistar novamente a confiança dos mercados internacionais.
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