O grupo de 22 países, a que se juntou a Turquia que não pertence à organização, aprovou a suspensão da Síria e a cadeira do representante de Damasco já esteve vazia.
No final do encontro, foi feito um apelo para que sejam adoptadas “medidas urgentes” para “travar o derramamento de sangue”, mas também houve uma declaração “contra qualquer intervenção estrangeira na Síria”.
Apesar da suavidade das declarações — a Turquia aspirava a mais, a que saíssem de Rabat sanções económicas concretas que prejudicassem o regime —, a reunião selou o profundo isolamento da Síria, que conta apenas com o apoio regional do Irão.
Do lado de fora, esse isolamento prossegue e a França retirou ontem o seu embaixador daquele país.
Assertivo, o enviado turco, Ahmet Davutoglu, comparou a Síria ao Líbano e disse: “O regime vai pagar um preço e ficar completamente isolado no mundo árabe”.
A par das pressões externas, o regime de Bashar al-Assad está agora a ser desafiado internamente por grupos armados de oposição. Durante a madrugada desta quarta-feira, um grupo de militares atacou uma importante base militar em Harasta, perto da capital, Damasco.
Segundo fontes do grupo da oposição Comissão Geral da Revolução Síria, partes do complexo da base da Força Aérea de Harasta foram destruídas, incluindo o edifício que serve de sede aos serviços secretos deste ramo das forças militares do país.
Os militares, que se reúnem já num semi-organizado Exército Livre da Síria, usaram rocketse metralhadoras neste ataque, o mais ousado desde que as primeiras manifestações pacíficas contra Assad eclodiram a 15 de Março – visando agora um alvo que é considerado um dos mais temidos no país e aquele que mais significativo papel tem tido na repressão infligida pelas autoridades contra os protestos ao regime.
O regime sírio, que argumenta estar a combater “grupos criminosos armados”, mantém os seus tanques e soldados dentro das cidades revoltosas, recusa permitir a entrada de jornalistas estrangeiros no país e nada fez ainda para encetar negociações sérias com a oposição, tudo condições expressamente elencadas no acordo do Plano de Acção Árabe.
Além da operação contra a base de Harasta, nos subúrbios da capital, os soldados rebeldes lançaram também durante esta noite e madrugada outros ataques, mas já de menor envergadura, contra postos de controlo militar nas imediações das cidades de Douma, Qaboun, Arabeen e Saqba. Dois dias antes o auto-designado Exército Livre da Síria atacara uma posição militar do regime em Deraa – a cidade onde surgiram as primeiras manifestações – causando a morte a 34 soldados leais a Assad e 12 desertores.
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