sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Turquia e Brasil se comprometem a estreitar seus laços

Agência AFP
Dilma cumprimenta o presidente turco Abdullah Gül na chegada da cerimônia em Ancara

A presidente brasileira, Dilma Rousseff, e seu colega  turco, Abdullah Gül, afirmaram nesta sexta-feira em Ancara sua determinação em reforçar os laços entre os dois países emergentes, que vêm aumentando o seu protagonismo no mundo e que em 2010 chegaram a liderar uma iniciativa de negociação da questão nuclear iraniana.
"A Turquia e o Brasil são dois países importantes em suas regiões e representam vozes novas nos fóruns internacionais", declarou Dilma durante uma entrevista coletiva à imprensa ao lado de Gül.
O volume de trocas comerciais deve atingir dois bilhões de dólares (cerca de 1,5 bilhão de euros) em 2011, indicou a presidente, segundo a tradução em turco de seu discurso.


Gül estabeleceu como objetivo um volume de trocas de 10 bilhões de dólares "em um prazo muito curto".
"As relações turco-brasileiras são sinal de que a distância (geográfica) perde seu sentido quando a vontade política existe", avaliou Gül.
Turquia e Brasil atuaram em conjunto em 2010 sobre um plano para regular a crise nuclear iraniana, mas a proposta foi rejeitada pelos Estados Unidos e pelo Conselho de Segurança da ONU, que adotaram sanções contra Teerã, suspeito de desenvolver um programa nuclear com fins militares.
Na coletiva de imprensa desta sexta-feira, os dois presidentes, que se reuniram a portas fechadas durante a manhã e almoçaram juntos, não mencionaram um eventual relançamento de seus esforços nesta questão.
"Temos ideias sobre como reduzir as tensões no mundo", disse Dilma, acrescentando que "condenamos o fato de que alguns países estejam fechados sobre si mesmos e recorram à violência".
Sobre a disputa entre israelenses e palestinos, a presidente assegurou que "uma solução justa do conflito é o reconhecimento do Estado palestino. Consideramos como algo muito importante para a paz regional".
O presidente palestino, Mahmud Abbas, pediu no dia 23 de setembro a adesão da Palestina como um Estado pleno na ONU. O Conselho de Segurança ainda não tomou sua decisão, mas os Estados Unidos advertiram que vetarão a proposta.
No entanto, o reconhecimento do Estado Palestino conquistou uma grande vitória na quarta-feira, quando o conselho executivo da UNESCO aprovou uma recomendação para que a Palestina seja membro pleno desta organização das Nações Unidas.
Dilma também se referiu à crise financeira que atinge alguns países europeus e que preocupa o Brasil, manifestando a esperança de que a União Europeia consiga gerar as soluções necessárias para sair da crise.
O Brasil é o quarto principal destino dos investimentos europeus e o sexto maior investidor na Europa, segundo o governo brasileiro. No primeiro semestre de 2011, tornou-se o nono sócio comercial da UE.
Dilma, que participou durante a manhã do encerramento do fórum empresarial Brasil-Turquia, viaja à noite para Istambul, onde deve se reunir em um café da manhã no sábado com o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan.
A visita à Turquia ocorre no âmbito de um giro que levou Dilma na segunda e na terça-feira a Bruxelas, onde participou da cúpula Brasil-UE, em plena crise no Velho Continente.
Também viajou na quarta e quinta-feira à Bulgária, onde se reuniu com as autoridades do país e visitou a cidade de seu avô, Gabrovo.

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