Presidente do Brasil tenta convencer país persa a aceitar troca de urânio na Turquia
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, continua otimista quanto à evolução das conversas para um acordo sobre o programa nuclear iraniano, disse neste domingo (16) um membro da delegação que acompanha o governo brasileiro em Teerã.
A fonte, que não quis ser identificada, disse que Lula acredita no sucesso das negociações, mas salientou que é preciso esperar para fazer um balanço da mediação brasileira.
- Atualmente são realizadas negociações e é necessário esperar até o fim das discussões nesta segunda-feira (17).
O Brasil propõe que o Irã entregue seu urânio 'pobre' (a 3,5% de pureza) para ser enriquecido fora do país, possivelmente na Turquia, que devolveria o combustível nuclear ao grau de 20% de pureza, suficiente para o reator medicinal de Teerã.
A medida tem o objetivo de acalmar a crise entre o Irã e as potências ocidentais lideradas pelos Estados Unidos, que acusam a República Islâmica de desenvolver armas atômicas sob a fachada de um programa nuclear civil, hipótese que Teerã nega.
Lula e Ahmadinejad silenciam sobre acordo
Mais cedo, Lula encontrou o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, mas os governantes apenas enfatizaram o reforço de suas relações bilaterais, deixando de fora qualquer comentário sobre a questão nuclear, foco da agenda.
Como única alusão ao tema, Ahmadinejad "agradeceu ao presidente brasileiro seu apoio aos direitos da nação iraniana e suas posições para reformar a ordem mundial", de acordo com o texto publicado no site da Presidência do Irã.
"A realidade é que alguns países que controlam os centros políticos, econômicos e midiáticos do mundo não querem que os outros países progridam", declarou o presidente iraniano. "Juntos podemos mudar essas condições e proporcionar as transformações necessárias", acrescentou.
Acordo é visto como última chance para o Irã
Lula chegou nesta sábado (15) a Teerã com uma delegação de 300 membros para uma visita de dois dias e foi recebido no aeroporto pelo ministro das Relações Exteriores, Manuchehr Mottaki.
Nesta segunda-feira (17), Lula deve participar da reunião do G-15 (grupo de países em desenvolvimento), à qual estará presente o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu.
A Turquia é parte crucial do acordo nuclear que Lula tenta costurar, já que seriam os turcos a receber o urânio "pobre" do Irã para transformá-lo em combustível nuclear, enriquecido a 20% de grau de pureza.
A mediação brasileira na questão do polêmico programa nuclear iraniano é vista por EUA e Rússia como a última chance do Irã para evitar novas sanções econômicas da ONU (Organização das Nações Unidas)
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