quarta-feira, 5 de junho de 2013

Exército sírio conquista importante vitória com a ajuda do Hezbollah

Fonte:AFP
O Exército sírio, apoiado pelo Hezbollah libanês, assumiu nesta quarta-feira o controle da estratégica cidade de Qousseir, reduto dos rebeldes há um ano, em uma importante vitória para o regime de Bashar al-Assad.
Enquanto isso, Paris e Londres anunciaram ter provas da utilização de gás sarin no conflito. O presidente francês, François Hollande, considerou que a França "forneceu elementos de prova que obrigam a comunidade internacional a agir".
O secretário de Estado americano, John Kerry, disse ter pedido que seu homólogo francês Laurent Fabius compartilhasse suas informações sobre o eventual uso de gás sarin. O presidente Barack Obama havia considerado que a utilização de armas químicas representaria uma "linha vermelha", e "todas as opções permanecem abertas", advertiu Kerry.
Qousseir, que fica entre Homs (centro) e o litoral sírio, perto da fronteira libanesa, é considerada uma localidade estratégica, já que permite a entrada de armas e combatentes para os rebeldes a partir do Líbano.
Para as forças leais a Bashar al-Assad também é estratégica, pois fica entre Damasco e o Mediterrâneo, em plena região alauita (confissão de Assad).
"É um revés" para os rebeldes, "mas não significa o fim da guerra", afirmou por sua vez Khattar Abou Diab, professor de Relações Internacionais da Universidade Paris-Sud.
A televisão estatal síria exibiu imagens de soldados erguendo suas armas em frente a edifícios completamente destruídos, como o da Prefeitura e do centro cultural.
O Exército sírio assumiu o controle "total" da região de Qousseir, antigo reduto dos rebeldes, após uma ofensiva de três semanas centrada na cidade.
"O Exército sírio controla totalmente a região de Qousseir, na província de Homs, depois de ter matado um grande número de terroristas e capturado outros", anunciou o canal de televisão Al-Ikhbariya.
Após a reconquista, o Exército advertiu que pretende "esmagar" os rebeldes na Síria.
"Depois das sucessivas façanhas na guerra contra o terrorismo organizado, nossas Forças Armadas afirmam que não hesitarão em esmagar os homens armados, onde quer que estejam e em cada esquina do território sírio", indica um comunicado militar.
Ainda não há um registro preciso do número de vítimas. A Comissão Geral da Revolução Síria fala de "centenas" de insurgentes mortos e o Hezbollah lamentou a morte de dezenas de combatentes. Mas o número de perdas entre as forças leais ao governo é desconhecido.
Segundo o Observatório Sírio dos Direito Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido, "o Exército e o Hezbollah conseguiram controlar Qousseir, depois de bombardear intensamente a cidade durante a noite. Os grupos rebeldes se retiraram para outras áreas porque estavam sem munições". De acordo com a ONG, um grande número de civis conseguiu deixar a cidade pouco antes do ataque.
O chefe interino da Coalizão opositora síria, George Sabra, afirmou nesta quarta-feira que seu movimento continuará a combater o regime "até a libertação" do país, apesar da tomada da cidade.
Qousseir "é uma pequena batalha na qual nós (os rebeldes) provamos um heroísmo fora do comum, mas outras batalhas ainda virão até a libertação de todo o país", declarou Sabra durante um discurso em Istambul difundido pelos canais árabes.
-- Reuniões preparatórias para conferência de paz --
O conflito no país, que já causou mais de 94.000 mortes e provocou a fuga de cinco milhões de pessoas desde março de 2011, segundo a ONU, foi o tema da reunião desta quarta-feira entre Estados Unidos e Rússia, que preparam a conferência de paz internacional sobre a Síria, que pode acontecer em julho.
Mas as posições inflexíveis dos protagonistas do confronto tornam difíceis a organização desta conferência.
O regime concordou, a princípio, em participar da conferência, enquanto a oposição exige como pré-condição a renúncia do presidente Assad, o fim dos combates, e a partida da Síria de combatentes do Irã e do Hezbollah.
"Nós iremos trabalhar de maneira intensa nas próximas semanas e iremos nos reunir novamente em Genebra em 25 de junho", declarou o enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, ao final da reunião preparatória.
Para Brahimi, esta conferência poderá ser realizada em julho.
O objetivo é levar "as partes sírias, sem pré-condições, para analisar de que modo poderiam aplicar o comunicado" de Genebra, adotado em 2012 pela primeira conferência internacional, declarou Brahimi. "As partes sírias não estão prontas, chegamos a um ponto delicado", admitiu.
Na primeira conferência de Genebra um plano de transição foi estabelecido, mas não houve menção ao futuro do presidente Bashar al-Assad tenha sido.
A porta-voz do Departamento de Estado em Washington, Jennifer Psaki, afirmou nesta quarta que os Estados Unidos, a Rússia e a ONU haviam chegado a um consenso para que o objetivo da conferência de Genebra 2 seja "tentar formar um governo de transição" na Síria no qual "nenhum poder executivo (seja) deixado para o regime" de Bashar al-Assad.

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