Fonte:Terra


No terceiro dia de julgamento, Anders Behring Breivik, responsável pela morte de 77 pessoas em julho passado na Noruega, apontou a execução ou a absolvição como as únicas soluções para a sua situação. "Há apenas dois veredictos justos: a absolvição ou a pena de morte", declarou. "Uma pena de prisão de 21 anos é patética. Não desejo (a pena de morte), mas respeitaria o veredicto", acrescentou. Ele também se queixou de ser ridicularizado quando falou dos "Cavaleiros Templários", suposta organização que ajudou a criar. E ainda exigiu que seu massacre seja visto como uma batalha contra a imigração.
"Espero que vocês foquem na questão e não na pessoa", disse Breivik, visivelmente irritado e girando a caneta em sua mão. Questionado sobre como havia se transformado de um vândalo adolescente para um assassino metódico, disse que havia ajudado a fundar um grupo chamado "Cavaleiros Templários" em 2001 e irritou-se com as insinuações da promotoria de que era em grande parte imaginário. "Sua intenção é de plantar a dúvida se esta rede existiu" ele disse, após contestar repetidamente o jeito com que os promotores formulavam suas perguntas.
Em várias ocasiões, o acusado se negou a responder os questionamentos, mostrou sinais de irritação e se contradisse, mas não perdeu a calma. O fundamentalista, de 33 anos, disse que "casualidades" o levaram a entrar em contato com outros militantes nacionalistas europeus pela internet, já que considerava que os círculos eram muito vigiados pela polícia na Noruega. Além disso, informou que foi por "acaso" que um suposto militante sérvio, perseguido pelos tribunais internacionais, entrou em contato com ele em 2002 para acertar uma reunião secreta na Libéria.
Breivik viajou efetivamente à Libéria, mas não há provas de reuniões com outros extremistas. Amigos dele disseram à polícia que seu objetivo na viagem era comprar diamantes, embora não tenha conseguido. A história dos diamantes, como a de ser membro do Fundo da ONU para a Infância (Unicef) eram uma "cobertura", explicou o extremista. "Não é meu trabalho esclarecer este caso, é da polícia", afirmou Breivik, ressaltando que não quer prejudicar outras pessoas envolvidas. A promotora Inga Bejer Engh ressaltou a falta de dados sobre sua ida a Londres no mesmo ano, onde ele assegura que se formalizou a criação dos "Cavaleiros Templários".
Ainda nesse terceiro dia, o norueguês não quis falar do suposto mentor inglês que menciona em seus escritos. Da mesma forma, não respondeu sobre os assuntos tratados na reunião, nem dos participantes, afirmando que foi eleito para escrever o manifesto do grupo, porque é uma pessoa "de confiança". Breivik explicou que a rede "Cavaleiros Templários" não é uma organização no sentido tradicional, mas sim composta por células independentes e precisa de um líder. "Nunca me considerei um cavaleiro perfeito. Mas tentei me esforçar pelos ideais", disse.
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