Brasília. Além da redução da bitributação, Brasil e Estados Unidos precisam considerar um acordo de livre comércio, afirmou ontem a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, em visita ao Brasil. A secretária não aprofundou a eventual necessidade de um acordo de livre comércio entre os países, mas elogiou os momentos das duas economias. "A sua dimensão econômica (do Brasil) se torna cada vez mais importante, não só para os dois países, mas para o mundo", disse, destacando a importância da expansão da classe média brasileira.
Hillary fez um discurso de cerca de 25 minutos durante o evento "Visão para a Parceria Econômica no Século 21", promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Câmara Americana de Comércio (Amcham).
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, defendeu ontem um acordo entre Brasil e Estados Unidos para evitar a bitributação. "A bitributação onera as empresas e desvia investimentos e comércio para terceiros países", disse Andrade durante o evento.
Pobreza
"Admiração do Brasil no mundo hoje não é porque o Brasil está enriquecendo, mas porque a classe média está aumentando e se tira brasileiros da pobreza, independente de suas origens", comentou Hillary.
Segundo ela, o Brasil é exemplo de história de sucesso de um "banquinho de três pernas". "Sempre digo que as economias vencedoras são semelhantes a um banco de três pernas. Uma é o governo responsável, outra é um setor privado sólido e a terceira perna é a sociedade civil forte, que defende os que não têm voz", comparou.
Hillary destacou que é possível aumentar o comércio entre os dois países. A secretária elogiou a presidente da Petrobras, Graça Foster, com quem se reuniu, e a presidente da República, Dilma Rousseff. "Para mim é muito entusiasmante a ascensão de mulheres no Brasil. É outra grande boa notícia da liderança do Brasil no mundo".
Vistos
O ministro conselheiro da Embaixada dos EUA no Brasil, Todd Chapman, sinalizou que, apesar das conversas recentes, a liberação da necessidade de visto para brasileiros ainda vai demorar.
O tema foi discutido entre os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e dos EUA, Barack Obama, na semana passada. "Estamos bem interessados em continuar os diálogos, discutir detalhes, mas vai precisar de muito tempo, muita conversa, muito acordo para isentar brasileiros de visto", disse.
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