Pelo menos 39 pessoas, em sua maioria civis, foram mortas em episódios de violência nesta quinta-feira na Síria, principalmente no bairro rebelde de Baba Amr na cidade de Homs retomada pelo Exército regular, indicou uma ONG síria. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), 21 civis foram mortos nesta quinta-feira em Homs (centro), sendo 17 em combates entre o Exército regular e combatentes do Exército Sírio de Libertação (ESL) nas imediações de Baba Amr.
Ainda em Homs, franco-atiradores mataram três civis, incluindo um casal, no bairro de Bab Sebaa, e um outro civil no bairro de Bayyada. Em outras partes do país, pelo menos oito soldados e sete desertores sírios foram mortos em combates na província síria de Al-Qunaitra (sudoeste), na região fronteiriça das Colinas de Golã conquistada e anexada por Israel, segundo a organização com sede no Reino Unido.
Na província de Hama (centro), um civil foi morto por franco-atiradores na cidade de Karnaz, e em Traimssé, um imã de uma mesquita perdeu a vida quando um foguete atingiu sua casa. Na província de Damasco, um civil morreu atingido por disparos das forças de segurança.
Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente
Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.
Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.
A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes,manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.
Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores, sem surtir grandes efeitos. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, as forças de Assad iniciaram uma investida contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. Uma ONG ligada à oposição estima que pelo menos 7,6 mil pessoas já tenham morrido, número similar ao calculado pela ONU.
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