quinta-feira, 1 de março de 2012

Violência na Síria mata ao menos 39 em um dia, diz ONG


Pelo menos 39 pessoas, em sua maioria civis, foram mortas em episódios de violência nesta quinta-feira na Síria, principalmente no bairro rebelde de Baba Amr na cidade de Homs retomada pelo Exército regular, indicou uma ONG síria. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), 21 civis foram mortos nesta quinta-feira em Homs (centro), sendo 17 em combates entre o Exército regular e combatentes do Exército Sírio de Libertação (ESL) nas imediações de Baba Amr.
Ainda em Homs, franco-atiradores mataram três civis, incluindo um casal, no bairro de Bab Sebaa, e um outro civil no bairro de Bayyada. Em outras partes do país, pelo menos oito soldados e sete desertores sírios foram mortos em combates na província síria de Al-Qunaitra (sudoeste), na região fronteiriça das Colinas de Golã conquistada e anexada por Israel, segundo a organização com sede no Reino Unido.
Na província de Hama (centro), um civil foi morto por franco-atiradores na cidade de Karnaz, e em Traimssé, um imã de uma mesquita perdeu a vida quando um foguete atingiu sua casa. Na província de Damasco, um civil morreu atingido por disparos das forças de segurança.
Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente
Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.
A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes,manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.
Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores, sem surtir grandes efeitos. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, as forças de Assad iniciaram uma investida contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. Uma ONG ligada à oposição estima que pelo menos 7,6 mil pessoas já tenham morrido, número similar ao calculado pela ONU.

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