quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Brasil aceita fornecer logística para entrega de reféns das Farc na Colômbia


O governo brasileiro aceitou fornecer os meios logísticos para a missão humanitária de entrega dos ao menos seis reféns que as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) prometeram libertar, informaram nesta quinta-feira (16) fontes do Executivo em Bogotá.

"Anunciamos ao país que o governo do Brasil aceitou a solicitação do governo da Colômbia de participar da libertação dos sequestrados", declarou o vice-ministro da Defesa, Jorge Enrique Bedoya, em paralelo a uma reunião ministerial da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).

Bedoya acrescentou que, após a aceitação, o Executivo colombiano "está pronto para trabalhar com o CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) e o governo do Brasil na redação do protocolo para a missão".

A ajuda do governo brasileiro inclui o fornecimento de helicópteros e agentes, que deverão buscar nas selvas da Colômbia os reféns que as Farc prometeram libertar unilateralmente.

O vice-ministro expressou que "o interesse do governo da Colômbia não é outro além de que os sequestrados retornem o mais rápido possível para suas famílias". As Farc anunciaram em novembro sua decisão de libertar de maneira unilateral seis sequestrados.

Os reféns escolhidos foram o militar Luis Alfonso Beltrán Franco e os policiais Carlos José Duarte, César Augusto Lasso Monsalve, Jorge Trujillo Solarte, Jorge Humberto Romero e José Libardo Forero, todos eles com mais de 12 anos de cativeiro.

Após voltar atrás de sua decisão de libertá-los em duas ocasiões, sempre diante de uma missão liderada pela ex-congressista Piedad Córdoba, os rebeldes anunciaram em 1º de fevereiro que adiavam a entrega de maneira indefinida por conta da militarização da área na qual a libertação estava prevista.

Piedad, líder do coletivo CCP (Colombianas e Colombianos pela Paz), esteve à frente de várias missões nas quais as Farc libertaram de maneira unilateral cerca de 20 reféns. O CPJ instou os rebeldes a entregarem agora os 11 militares que continuam em seu poder, e não apenas seis.

O mesmo apelo foi feito pelo governo do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que há apenas quatro dias escreveu em seu perfil no Twitter que o Brasil já tinha autorização para participar da operação humanitária.

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