
O ministro de Planejamento da Argentina, Julio De Vido, informou na coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira que já foram identificadas todas as 50 vítimas fatais do acidente ferroviário ocorrido ontem em Buenos Aires. Porém, os dados são controversos: pouco depois, o Ministério de Desenvolvimento Social corrigiu a informação dizendo que uma vítima ainda não foi reconhecida. Já o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, afirmou que 48 pessoas já foram identificadas. O jornal Clarín, por sua vez, noticiou que as autoridades já reconheceram todas as 50 vítimas.
Segundo o ministro Julio De Vido, serão disponibilizadas novas linhas telefônicas para oferecer ajuda aos familiares dos envolvidos que tiveram inconvenientes para receber informações. De Vido também destacou que o estado se apresentará "como querelante para defender o interesse público e acompanhar os prejudicados que também se apresentem como litigantes". Segundo ele, depois que as causas do acidente forem determinadas, o que deve acontecer em breve, o administrativo vai acompanhar a investigação judicial para salvaguardar o interesse público e aplicar as sanções correspondentes.
Por outro lado, o secretário nacional de transportes, Juan Pablo Schiavi, afirmou que não há problema se precisar comparecer ao Congresso Nacional para prestar esclarecimentos. O comentário se deve a solicitação por parte dos deputados para que o governo federal compareça ao legislativo. Schiavi pediu, porém, que isso não aconteça agora, no meio da confusão. "Não achamos que este seja o momento, estamos esgotados e a secretaria de transporte está com toda a equipe num só tema que é elucidar as causas e dar ao juiz toda informação disponível", declarou. Além disso, esclareceu que, quando disse que horário da ocorrência provocou a transformação do acidente em tragédia, "não estava minimizando o ocorrido, mas sim sugerindo um exemplo de como um acidente num momento determinado se transforma numa tragédia de conseqüências imprevisíveis como esta".
Schiavi informou também que "a composição acidentada não começou o percurso com esta viagem (a que resultou na tragédia)". Segundo ele, o trem começou a operar às 2h45min da madrugada. Levando em consideração que o acidente ocorreu às 8h30min, se tratava do "décimo percurso deste trem". Analisando todo o material que se tem até o momento, "não temos hoje detecção de falha, freios ou inconvenientes registrados por esta composição", esclareceu o secretário.
Apesar das informações oficias estarem se esquivando de relacionar o acidente a problemas técnicos, os usuários insistem nas falhas que ocorrem diariamente na linha. Pouco mais de 24 horas após a tragédia registrada em Once, outra composição da mesma linha, operada pela empresa TBA S.A., apresentou problemas nos freios.
Passageiros que chegaram à estação final da linha, localizada no bairro portenho de Once, relataram que o trem no qual viajavam ficou detido por 20 minutos na estação Ramos Mejía. A detenção estaria relacionada a um problema nos freios do trem. Eles indicaram também que outra composição da mesma linha permaneceu parada por alguns minutos na estação Liniers devido a problemas técnicos.
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