
Os gregos voltaram a protestar no domingo contra as novas medidas
Ministros das Finanças da zona do euro declararam nesta segunda-feira estarem otimistas de que um acordo para a aprovação de um pacote de resgate financeiro de 130 bilhões de euros (R$ 293 bilhões) para a Grécia pode ser aprovado em breve, embora ainda restem detalhes a serem acertados e dúvidas sobre o poder de recuperação econômica do país.
"Acredito que todos estão trabalhando para um acordo e estamos cada vez mais otimistas", disse a porta-voz do Ministério das Finanças alemão, Marianne Kothe.Crise na Grécia
Antes do encontro de representantes dos países da zona do euro em Bruxelas, nesta segunda-feira, o ministro das Finanças francês, François Baroin, disse que "temos todos os elementos para (fechar) um acordo".
Embora ressaltasse que existe um "consenso político" sobre o acordo, Kothe disse que sua "forma técnica" ainda está sendo debatida.
Uma questão a ser discutida é sobre a sustentabilidade da dívida grega. O pacote é baseado na prerrogativa de que a dívida grega será reduzida dos atuais 162% do PIB para 120% em 2020.
Mas cálculos do FMI sugerem que a dívida será de 129% em 2020. A Comissão Europeia estima que esta ficará entre 122% e 123% do PIB naquele ano.
A diferença de seis ou sete pontos percentuais representa um furo orçamentário de 12 a 15 bilhões de euros.
Além dos 130 bilhões de euros, o acordo prevê o cancelamento de 100 bilhões de euros da dívida grega junto a bancos privados que aceitaram uma redução de 70% do que a Grécia deve a eles. Em troca, ele devem receber pagamentos imediatos em dinheiro e novos bônus com vencimento em 30 anos.
Consequências
Este é o segundo pacote de resgate financeiro para a Grécia. A ajuda de 110 bilhões de euros em 2010 não foi o bastante para a recuperação da economia do país.
Crise grega pode definir reputação futura da União Europeia
O desemprego atualmente é de 20% (48% entre os jovens) e ocorreu um aumento de 25% do número de sem-teto no passado.
Uma em cada cinco pessoas em condições de pobreza na Grécia não pode comprar uma refeição com carne a cada dois dias.
O editor da BBC para a Europa, Gavin Hewitt, afirma que "é difícil lembrar de outra ocasião em que cortes assim foram exigidos de um país em queda livre econômica".
"O desafio para a União Europeia é enorme e definirá sua reputação no futuro: estariam eles resgatando um país ou ajudando a quebrá-lo?"
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