Relatório entregue a tribunal diz que Anders Behring Breivik sofre de esquizofrenia e estava em estado psicótico durante massacre

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Foto de 2009 divulgada pela polícia norueguesa em outubro mostra Anders Behring Breivik
Um relatório psiquiátrico afirmou que o extremista Anders Behring Breivik, que assumiu a responsabilidade por um duplo ataque que deixou 77 mortos na Noruega, é insano. O documento, assinado por dois especialistas, foi entregue nesta terça-feira a um tribunal de Oslo.
De acordo com os especialistas, Breivik sofre de esquizofrenia paranoica e estava em um estado “psicótico” quando cometeu os ataques de 22 de julho.
Os psiquiatras fizeram 13 entrevistas com Breivik e concluíram, no relatório, que ele vivia “em seu próprio universo de desilusão e que seus atos e pensamentos eram guiados por estas desilusões”.
Se o tribunal concordar com a conclusão do relatório, Breivik não poderá ser condenado à prisão, mas, sim, levado a uma instituição psiquiátrica.
Na Noruega, para que a defesa alegue insanidade o réu precisa ter cometido o crime em estado psicótico. Isso significa que o réu perdeu contato com a realidade ao ponto de já não conseguir controlar suas ações.
O relatório de 243 páginas vai ser revisado por uma comissão do Conselho Norueguês de Medicina Forense, que pode pedir mais informações e acrescentar suas próprias opiniões.
Em julho, o chefe dessa comissão afirmou à agência Associated Press considerar improvável que Breivik fosse considerado legalmente insano. Isso porque os ataques foram cuidadosamente planejados e executados.
Breivik, 32 anos, está sob custódia desde julho, quando ocorreu a explosão de um carro-bomba no centro de Oslo e o ataque indiscriminado contra um acampamento da juventude do partido trabalhista na ilha de Utoya.
Apesar de ter reivindicado a autoria do crime, Breivik rejeita a responsabilidade penal pelo massacre, afirmando que ele era "necessário" para salvar a Noruega e a Europa dos muçulmanos e do multiculturalismo.
No dia 14, o juiz Torkjel Nesheim tinha descartado que Breivik fosse insano e ordenou que ele continuasse sob custódia por mais 12 semanas, ampliando assim a prisão preventiva, com visitas e correspondências controladas nas primeiras oito semanas.
Com AP e BBC
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