quarta-feira, 9 de junho de 2010

Lula chama de equívoco decisão da ONU de impor sanções ao Irã

Presidente também voltou a cobrar uma reforma no órgão


Mauricio Lima/01.06.2010/AFP
Foto por AFP

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento na última semana;
ele criticou nesta quarta-feira as novas sanções contra o Irã

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira a decisão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas de impor uma nova rodada de sanções ao Irã. Lula aproveitou para cobrar uma mudança na composição do conselho e disse que a medida foi "um equívoco".

- Lamentavelmente desta vez quem queria negociar era o Irã e quem não queria negociar eram aqueles que acham que a força resolve tudo. Acho que foi um equívoco a tomada de decisão.

Nesta quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma quarta rodada de sanções contra o Irã por conta de seu programa nuclear, que o Ocidente suspeita ter objetivo de desenvolver armas atômicas.

Foram 12 votos a favor da resolução. O Líbano se absteve, enquanto Turquia e Brasil votaram contra --os dois países negociaram um acordo em maio com o Irã que pretendia evitar as sanções.

Lula também afirmou que o texto foi aprovado por "birra", de acordo com a Agência Brasil.

- Em vez chamarem o Irã para a mesa [de negociação], eles resolveram, na minha opinião pessoal, apenas por birra, manter a sanção. Acho que foi um equívoco a tomada de decisão. Às vezes, me dá a impressão daquele pai duro que é obrigado a dar umas palmadas no filho, mesmo que ele não mereça. Acho que o Conselho de Segurança jogou fora uma oportunidade histórica de negociar tranquilamente o programa nuclear iraniano.

Lula ainda disse que as sanções significam uma "vitória de Pirro", em referência a ganhar algo sem realmente colher os frutos disto.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, criticou a ação e colocou em dúvida a transparência do conselho em Brasília.

Amorim disse que só houve debate político, ainda que fechado à imprensa, devido a grande insistência do Brasil e da Turquia.

- Houve uma negociação durante meses e meses entre os membros permanentes do Conselho de Segurança em que também os interesses econômicos específicos desses países foram levados em conta.

Ele ressaltou a questão econômica e chegou a sugerir que ela teve grande peso nos votos de alguns membros do conselho.

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